Polo petroquímico é estratégia para atrair mais investimento

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Paralelamente às negociações com a autoridade do Porto de Roterdã, o governo trabalha para realizar um antigo sonho: a instalação de um polo petroquímico no Estado. Até o início do mês de dezembro, o governador Camilo Santana irá à China para tratar, com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB), sobre o financiamento de uma refinaria com capacidade de refino de 300 mil barris por dia e de uma petroquímica, orçados em US$ 4,5 bilhões e US$ 3 bilhões, respectivamente.

Caso o negócio se concretize, os empreendimentos serão instalados na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará), no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
“A partir de 2018 temos um cenário muito bom para aquela região do Cipp. A definição da refinaria representa uma mudança geopolítica em toda aquela região. Serão mais de US$ 7 bilhões em investimentos e, junto com esse empreendimento, virá uma série de empresas fornecedoras”, diz o economista e consultor internacional Alcântara Macedo.
Segundo o secretário de Assuntos Internacionais do Estado, Antônio Bahlmann, que está à frente das negociações com o CDB, se o negócio se concretizar, o banco chinês deverá ficar com uma participação de 10% na composição societária da refinaria. O Governo do Estado irá participar com a oferta da área onde os empreendimentos serão instalados e a infraestrutura 

“O Governo do Estado já confirmou ao CDB uma participação de 10% na composição societária da refinaria”, disse Antônio Balhmann. A ideia do Governo do Ceará é de participar do projeto com a oferta da área onde o empreendimento será instalado e a da infraestrutura. De acordo com Antônio Bahlmann, ainda não está definido o segmento da petroquímica. A refinaria será feita em parceria com a chinesa Qingdao Xinyutian Chemical.

“Estamos muito animados com o anúncio do CDB de que irá analisar o projeto. As empresas já estão articuladas nesse projeto e o governo deve apresentar ao banco no fim de novembro ou início de dezembro”, diz Bahlmann. “Nós não estamos buscando apenas uma refinaria, estamos trazendo uma base petroquímica muito forte para o Ceará”, acrescenta o secretário de Assuntos Internacionais do Estado do Ceará.

Outro empreendimento considerado estratégico para a atração de empresas para o Cipp é uma unidade de regaseificação que o governo busca implantar no complexo em parceria com coreanos. “A unidade de regaseificação tanto deve atrair termelétricas como é importante para o polo metal mecânico, porque sem gás com preço justo você não tem competitividade nem com empresas do mercado nacional nem internacional”, diz Alcântara Macedo. “Essa disponibilidade de gás natural muda o perfil do nosso complexo, fomentando outras indústrias na área do aço como do setor automobilístico”, acrescenta o consultor internacional.

Em setembro, durante missão à Ásia, o Governo do Estado firmou um Memorando de Entendimento (MOU) com a coreana Korea Gas Corporation (Kogas) para a instalação do empreendimento no Pecém, cujo investimento é estimado em cerca de US$ 400 milhões. Com a assinatura do memorando, a Kogas decidiu participar com a Companhia de Gás do Ceará (Cegás) e com o Grupo Posco E&C e Daewoo do projeto da unidade de regaseificação.

A previsão é que o empreendimento tenha uma capacidade total de produção de 12 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, sendo possivelmente desenvolvida em duas fases de 6 milhões de metros cúbicos cada.

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