Ceará poderá exportar carne caprina e ovina pela ZPE

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O Estado do Ceará tem caminhado para ser destaque em criações da agropecuária, principalmente de ovinos e caprinos. O rebanho de caprinos conta com 1,13 milhão de cabeças, segundo dados do IBGE de 2016.  Com relação a ovinos, o Ceará possui 2 ,31 milhões de animais.

De olho nesse mercado, o Presidente da Zona de Processamento e Exportação do Ceará-ZPE, Mário Lima fez contato com o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará-FAEC, Flávio Saboya, para agendar um debate sobre a cadeia produtiva da caprinovinocultura  e acenou com a possibilidade de abrir espaço na ZPE para a exportação da carne de caprinos e ovinos. Flavio Saboya confirma a viabilidade do negócio,  e  vai promover um debate sobre a temática.

Estudos indicam que há  um mercado consumidor latente, que está fora das regiões tradicionais, de consumo, como no Sul do Brasil, ou nas grandes cidades. A demanda por essa carne cresce 20% ao ano, mas para que o País tenha uma cadeia forte, definitivamente, deve-se visar resultados de ganha que incentivem os envolvidos a investirem seu tempo e recursos para o avanço desse segmento. Nesse contexto, sete desafios são grandes oportunidades.

O primeiro deles é acabar com a desinformação. Ela é nítida nesse mercado. Não há estudos recentes e os que existem divergem em números e dados. É possível ler em um artigo que a maior parte do consumo no Brasil provém de importações e, em um segundo artigo, outro autor sustentar que a importação não chega a 7%.

O segundo desafio se refere ao rebanho de cerca de 18 milhões de ovinos, de acordo com o IBGE. É preciso organizar essa cadeia no campo, otimizando a produção, reduzindo custos e ganhando qualidade de produto. A atividade vai evoluir com uma maior união e comunicação entre todos os níveis da cadeia.

Já o terceiro desafio se refere ao alinhamento entre a oferta e a demanda de ovinos, que hoje não existe. O mercado não é abastecido com regularidade porque falta organização dos produtores. O estudo do MAPA indica ainda um mito se reflete na ausência de uma cultura de consumo no Brasil, que é o quarto desafio da cadeia. Atualmente, os consumidores ou apreciadores eventuais de cordeiro conhecem alguns cortes.

Em geral, sequer sabem da existência de outras partes, além do carré, da paleta e do pernil. Ou nem sabem diferenciar o cordeiro do cabrito, uma outra espécie animal. Um dos argumentos do baixo consumo, de 700 gramas por habitante ao ano, é o de que ela é mais cara que as demais carnes. Porém, com o crescimento da carne premium, hoje é possível encontrar cortes mais acessíveis do que a carne bovina.

A caprinovinocultura é um dos nove segmentos que será discutido durante o Seminário Nordestino de Pecuária – PECNORDESTE, promovido pelo Sistema FAEC/SENAR-CE, CNA e SEBRAE-CE, no período de 5 a 7 de julho próximos, no Centro de Eventos do Ceará. O Coordenador desse segmento é o médico veterinário e Presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Estado do Ceará, André Medeiros.

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