Concorrência com UE exige modernização da indústria cearense

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Embora os termos do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE) ainda não estejam definidos, é consensual que o Brasil terá de simplificar sua estrutura tributária, reduzir taxas de juros e melhorar a infraestrutura logística para que os produtos nacionais tenham condições de competir no mercado externo. No caso do Ceará, que destina cerca de 25% das exportações para o bloco europeu, o desafio será aumentar a participação nas exportações brasileiras aproveitando as oportunidades para setores nos quais o Estado se destaca no mercado internacional.

Em 2018, o Ceará foi responsável por 1,21% das exportações brasileiras para a UE. Dos US$ 511,1 milhões enviados para o bloco no ano passado, US$ 252,5 milhões foram de produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, US$ 76,5 milhões em melões, melancias e papaias frescos, US$ 25,7 milhões em couros, US$ 22,4 milhões em calçados e US$ 18,1 milhões em cocos, castanha do Brasil e castanha de caju, frescos ou secos.

“O peso do Ceará nas exportações brasileiras ainda é baixo, variando de 0,5% a 1% do total e, agora, com o Cipp (Complexo Industrial e Portuário do Pecém) está aumentando a pauta de exportação do Estado com a industrialização daquela região”, diz o economista e professor de mercados internacionais, Ricardo Eleutério. “Mas a gente deve considerar que Brasil e União Europeia estão em estágios de industrialização muito diferentes. E, tanto o País, como o Estado terão que se abrir mais ao comércio internacional, o que vai nos obrigar a investir mais em produtividade”.

Com a alta carga tributária sobre o setor produtivo no País, o que deixa os produtos nacionais em desvantagem no mercado internacional, o Ceará pode se beneficiar com o desenvolvimento da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), no Cipp, única ZPE em operação no País. “Para nós competirmos em melhores condições é preciso reduzir impostos, isso tira competitividade dos produtos nacionais, ter um sistema tributário semelhante ao dos países europeus, e de crédito mais barato. Apesar da taxa básica de juros estar no menor patamar histórico, o Brasil ainda tem uma das maiores taxas do mundo, enquanto na União Europeia a taxa é zero”, diz.

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