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Parque logístico que está sendo desenvolvido no Norte do Espírito Santo, o Parklog tem o potencial de ser um projeto essencial para o Estado não perder a competitividade com o fim dos benefícios fiscais em virtude da reforma tributária.
As potencialidades dessa iniciativa, principalmente com projetos portuários sendo desenvolvidos na cidade de Aracruz, foram destaque no painel “Parklog/ES: o complexo intermodal que transformará o Espírito Santo no principal polo logístico do Brasil”, que abriu o último dia de palestras no Modal Expo, feira logística que está sendo realizada no Pavilhão de Carapina, na Serra.
Participaram do painel Alexadre Billot, diretor da Portocel; Luis Claudio Montenegro, da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes); Alan Mori Brito, presidente da Associação Movimento Empresarial de Aracruz e Região (Amear), diretor do Sindicato da Indústria de Papel, Papelão, Cartonagem e Celulose (Sindipacel) e relações corporativas da Suzano; Bruno Carlesso, diretor da Imetame; e Celso Guerra, subsecretário de Integração e Desenvolvimento Regional do Espírito Santo.
O Parklog vai englobar as cidades de Aracruz, Linhares, Serra, Ibiraçu, Fundão, João Neiva, Colatina e Sooretama e tem como objetivo fomentar o desenvolvimento de terminais portuários, rodovias, ferrovias, aeródromos e áreas empresariais existentes nesses municípios.
Durante o painel, os convidados destacaram que os projetos que estão sendo desenvolvidos em Aracruz despontam como uma solução alternativa para os gargalos logísticos que o Espírito Santo tem enfrentado e tem o potencial de se tornar a principal porta de entrada e saída de mercadorias do Brasil.
O projeto vai englobar o já existente Portocel, que começou a diversificar as cargas no ano passado, tendo operado café e veículos, por exemplo. Na mesma região, está sendo finalizada a construção do Porto da Imetame, previsto para começar a funcionar em 2026, e engloba também o porto de Barra do Riacho, da Vports.
A empresa inclusive deu entrada em maio na licença prévia junto ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema-ES) para iniciar os trabalhos de desenvolvimento da área de 522 mil metros quadrados em Aracruz, como antecipou o colunista Abdo Filho, no mês passado.
No painel, foi destacado que o desenvolvimento desses projetos tem o potencial de colocar o Espírito Santo como vetor de logística do Brasil em 10 anos.
“O Espírito Santo tem tudo para ser efetivamente um Estado que vai ser a porta de entrada e de saída de tudo que o Brasil importa e exporta. Além dos investimentos, nós temos estabilidade política, institucional, estabilidade econômica do Estado, capacidade de diálogo e efetivamente um movimento empresarial que visa ao planejamento desse desenvolvimento. Isso torna o nosso Estado naquilo que se tem de melhor na logística nacional e mitigando aquilo que vai ser um pacto significativo para nós em 2032, ano que marca o fim dos incentivos fiscais”, destacou Alan Mori Brito.

Competitividade
Celso Guerra lembrou que a carga vai para onde o preço é baixo. Por isso, disse que, para manter a competitividade, é preciso que o Estado tenha conexões eficientes, principalmente no sistema ferroviário, que necessita de recapacitação para atender plenamente o volume que se pretende no local. Por isso, afirmou estarem empenhados no processo de renovação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que traz cargas de Minas Gerais e Centro-Oeste para o Espírito Santo.
Montenegro, que está participando da elaboração do projeto do Parklog, destacou que o parque será o primeiro nesse modelo no mundo, com a característica de uma organização privada que assume o projeto e com uma defesa do interesse público junto ao Estado.
A conectividade também foi lembrada por Alexandre Billot, da Portocel. “Para que funcionemos enquanto competitividade e termos a preferência da carga e do produto, precisamos ter as grandes conexões, aliando rodovia, ferrovia e porto. Quando vemos a construção de uma aliança desse tamanho, obviamente temos condições de, com o planejamento, integrar propostas dos setores público e privado que ajudam a mitigar os gargalos logísticos”, afirmou.
“Com uma visão público-privada, trabalho planejado e clara visão dos grandes eixos estratégicos, o Norte capixaba se posiciona como solução logística para boa parte do Sudeste”
Alexandre BillotDiretor da Portocel
Capacidade
Bruno Carlesso detalhou o andamento do projeto da Imetame, que tem previsão de começar a operar no primeiro semestre de 2026. Segundo o diretor, atualmente há 400 metros de cais prontos. A dragagem na parte norte, que é onde deve começar a operação, está em 17 metros de profundidade.
A infraestrutura está sendo feita para ter capacidade de receber grandes navios, sobretudo os de contêineres. “Tudo está sendo feito para que consigamos receber os maiores navios do mundo”, destacou.
Fonte: A Gazeta | Foto: Divulgação
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