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Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil registraram uma expansão de 67% entre 2022 e 2025, alcançando US$ 37 bilhões, segundo levantamento da consultoria McKinsey. O resultado, que supera com folga a média global de 24%, ocorre apesar do cenário político fragmentado e do aumento das barreiras tarifárias no comércio internacional. A Europa responde por cerca de metade desses aportes, enquanto os Estados Unidos participam com 15%. A expectativa, porém, é de que esse fluxo cresça de forma ainda mais robusta nos próximos meses, e o Ceará desponta como um dos protagonistas desse movimento.
O setor de energia – em especial as renováveis como eólica e solar fotovoltaica -, lidera a atração de capital estrangeiro, representando 46% do total. Nesse contexto, o Ceará tornou-se polo de atenção para multinacionais que buscam expandir projetos alinhados à descarbonização global, tema central da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que começa nesta segunda-feira (10), na cidade de Belém.
Entre os principais marcos dessa corrida por investimentos internacionais no Estado, destacam-se os Memorandos de Entendimento (MoUs) firmados para a instalação de parques de geração de energias renováveis e de uma megaplanta de Hidrogênio Verde (H²V) no Complexo do Pecém. Mais recentemente, o anúncio do início iminente das obras de um grande data center – fruto de parceria entre a Casa dos Ventos e a chinesa ByteDance, controladora do TikTok – movimentou o setor, com investimentos estimados em mais de R$ 150 bilhões nas duas fases do projeto.
O protagonismo cearense ganhou novo impulso na última segunda-feira (3), quando o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportações (CZPE) aprovou a liberação de investimentos da ordem de R$ 571 bilhões exclusivamente para projetos no Estado. Desse montante, R$ 81 bilhões serão destinados a obras de infraestrutura e à ampliação da geração de energia limpa e sustentável. Parte significativa desses recursos deve financiar a implantação de cinco data centers na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, no Complexo do Pecém – mais uma demonstração de que o Estado avança de forma estratégica e acelerada na atração de capitais globais.
Para Nelson Ferreira, sócio Sênior da McKinsey, a neutralidade geopolítica brasileira tem favorecido a diversificação de investidores, com avanços relevantes nos aportes vindos da Ásia e do Oriente Médio, além dos já tradicionais parceiros europeus. Apesar dos resultados positivos, ele ressalta que desafios macroeconômicos – como juros elevados e baixa competitividade industrial – ainda limitam a expansão de investimentos em manufatura avançada no País. Ferreira defende uma agenda robusta de modernização industrial, com foco em digitalização, automação e inteligência artificial, como condição essencial para ampliar a capacidade de atração de novos e vultosos investimentos.
Fonte: Portal In | Foto: Divulgação
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