Estudo mostra que obra da Transnordestina ainda dura mais nove anos

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Entre paralisações e retomadas, a Transnordestina terá completado 17 anos de obras quando for totalmente finalizada, em 2027. O trecho no Ceará termina em 2022. Além dos R$ 6,4 bilhões já aplicados desde o início da construção, em 2006, serão mais R$ 6,7 bilhões em investimentos. Isso é o que mostra novo projeto de execução e orçamentário da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), controladora da ferrovia. 

A proposta do novo presidente da Transnordestina Logística S.A (TLSA), Jorge Luiz de Mello, é que a obra seja reassumida no 2º semestre de 2019. Parceria seria feita com a empresa italiana Salini Impregilo, que entraria com R$ 2,2 bilhões. O novo plano foi apresentado ao Governo e à Câmara dos Deputados. O recurso privado seria destinado para a retomada da linha ferroviária que liga Salgueiro (PE) ao Pecém (CE). 

O trecho escolhido busca dar viabilidade econômica para o projeto, por meio do transporte de minério de ferro produzido em Pernambuco. O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB), coordenador da Comissão Externa que acompanha a construção, explica que o novo modelo é importante para a Transnordestina avançar. 

“Com esse braço para o Ceará pronto, haverá garantia de dinheiro para pagar a conta. A estratégia é necessária porque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) e o Banco do Nordeste (BNB), que emprestaram dinheiro para o equipamento, já estão querendo o pagamento de volta. Outro ponto é que há investidores interessados, que já vão entrar sabendo que devem R$ 6 bilhões e terão de arcar com mais”, diz. 

O empreendimento interligará os portos do Pecém (CE) e Suape (PE), e começou a ser construído no governo do ex-presidente Lula (PT). A previsão inicial de conclusão era 2010, com 2.304 km de ferrovia, beneficiando 81 municípios. Mas houve problemas orçamentários que emperraram as obras. 

O estudo precisa da aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU), que cobra renovação do contrato da CSN com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Mas a ANTT não aprovou o plano elaborado por trecho. Segundo Gomes, já existe uma conversa com a equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para priorizar a pauta no Congresso Nacional. 

Para Heitor Studart, presidente da Câmara Temática de Logística do Ceará, a paralisação da obra é “preocupante”. “Achamos boa a proposta, principalmente no que tange ao primeiro trecho com investimento de italianos. O Governo, junto com Fiec e CSN, deve unir forças para que junto à nova gestão seja aprovado”, observa. 

Ele destaca que a Transnordestina é primordial para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém e Zona de Processamento de Exportação (ZPE). “Todo porto que se preze tem que ter uma ferrovia chegando nele”, diz.

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