Zonas econômicas especiais impulsionam crescimento da África

Zonas econômicas especiais impulsionam crescimento da África

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As zonas econômicas especiais (SEZs) estão ganhando força como instrumento de desenvolvimento na África, segundo o Focus Report: Economic Zones in Africa, divulgado pelo Oxford Business Group em novembro de 2023. O continente já concentra 237 SEZs, cerca de 4% do total mundial, e países como Quênia, Nigéria, Etiópia e Egito lideram em número de áreas instaladas. Apesar da expansão, o estudo mostra que 75% das zonas ainda operam com menos da metade da capacidade.

O relatório destaca que os benefícios diretos das SEZs incluem atração de investimento estrangeiro, geração de empregos e aumento das exportações, enquanto os indiretos vão de transferência de tecnologia e diversificação produtiva a ganhos em gestão e crescimento verde.

A entrada em vigor da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA), em 2021, amplia o potencial desses espaços. O acordo prevê aumento de 109% nas exportações intra-africanas até 2035, incremento do PIB em US$ 450 bilhões e a possibilidade de tirar 50 milhões de pessoas da pobreza extrema.

Casos de sucesso reforçam o impacto da estratégia. Marrocos se transformou em polo automotivo e aeroespacial; a Lagos Free Zone, na Nigéria, já recebeu mais de US$ 2,5 bilhões em investimentos; e Botsuana adotou incentivos fiscais agressivos, como imposto de 5% nos primeiros dez anos. Há ainda iniciativas em países como Etiópia e Angola voltadas à diversificação econômica.

Entre os desafios, o estudo aponta infraestrutura insuficiente, burocracia, insegurança regulatória e escassez de mão de obra qualificada. A recomendação é fortalecer investimentos em educação e capacitação, além de garantir estabilidade regulatória e integração regional.

As tendências indicam a adoção crescente de energias renováveis, integração de tecnologias da Indústria 4.0 e maior peso dos critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). O relatório conclui que a combinação entre AfCFTA e SEZs pode transformar a África em hub global de manufatura, logística e inovação nas próximas décadas.

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