Pedro Taques e a ZPE de Cáceres

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A Zona de Processamento de Exportação de Cáceres (ZPE) é uma obra que só não é mais sonhada e desejada pelos mato-grossenses porque a maioria da população não sabe como que ela ajudaria a transformar Mato Grosso na industrialização dos seus produtos que não valem nada, uma vez que saem daqui “in natura”, sem sofrer qualquer agregação de valores, por não termos uma indústria de transformação.

Somos, sim, um Estado campeão de exportações. Mato Grosso é líder na produção de quatro commodities agrícolas: soja, milho (segunda safra), algodão e girassol, além de ter o maior rebanho bovino, com 30 milhões de cabeças de gado, o que nos dá também a liderança na produção de carne.

Somos um Estado de baixo índice populacional em uma área territorial de 93 mil quilômetros quadrados – quase um continente – e com uma área de fronteira de aproximadamente 700 km. Uma verdadeira área de risco, área de polícia, em vez de área de política internacional. Isso nos transforma em rota do tráfico de drogas e contrabando.

Com tanta riqueza e por estarmos equidistantes dos oceanos Atlântico e Pacífico não podemos, em hipótese alguma, continuar a não dar solução a essa obra redentora.

A ZPE é um sonho acalentado há mais de 30 anos. Muito do entrave foi causado pela atuação do então Procurador da República quando foi o chefe da Procuradoria em nosso Estado. Pedro Taques foi o responsável pela paralisação da navegação na hidrovia Paraguai/Paraná, além das hidrovias Araguaia/Tocantins e Juruena /Teles Pires .

E que bom que mudou de opinião!!!! Parabéns, governador!

O lançamento da obra da ZPE em Cáceres, em julho do ano de 2017 trouxe de volta o sonho do desenvolvimento daquela região. Com alfandegamento já garantido e com todas as licenças ambientais já expedidas, resta apenas a conclusão da obra para início do credenciamento dos órgãos controladores, a parte mais fácil. Com a ZPE implantada, a saída para o Pacífico começa, também, tornar-se realidade.

Tudo estaria maravilhoso se a empresa vencedora da licitação estivesse cumprindo o seu papel e executando a obra dentro dos prazos contratuais. A mesma anda a passos de tartaruga e não há previsão da sua conclusão. O pior de tudo é que essa empresa faz parte de um grupo que também é responsável por obras importantes na nossa capital, obras que deveriam estar concluídas para a Copa de 2014, como é o caso do Aeroporto – o pior do Brasil e ainda inconcluso -, os COTs da Universidade e da Várzea Grande e a recuperação do Córrego Mané Pinto. Todas ainda sem solução.

Não há por parte do governo uma determinação para por um fim nisso.

Já passou da horas de providências serem tomadas para o cancelamento dos contratos que não estão sendo cumpridos. Não podemos imaginar, sequer, que a causa de tanta condescendência, seja por influência de um parlamentar federal , cujo pai é um dos responsáveis por todas essas obras que se transformaram num verdadeiro descalabro.

Para a obra da ZPE o governo já disponibilizou recursos de 16 milhões de reais, e com a quase paralisação da obra, corremos o risco de algo tão importante transformar-se em mais um “elefante branco” como o VLT e tantos outros.

Melhora da qualidade de vida, geração de empregos, instalação de industrias, transporte muito mais barato via navegação fluvial, aumento considerável do turismo e tantas outras conquistas sonhadas que colocariam Mato Grosso em um novo patamar, encontram-se represadas pela ineficiência de um governo em que Transformação é apenas uma palavra sem qualquer significado no seu slogan. Lamentável.

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