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O governador tucano, Pedro Taques, declarou essa semana em conversa com jornalistas, sobre a sua pretensão em rescindir o contrato com a Engeglobal, devido aos atrasos na entrega das obras, resultantes da Copa do Mundo de 2014.
Mesmo com a Engeglobal estando em recuperação judicial – com uma dívida de R$ 50 milhões -, a demora, no entanto, na entrega estaria comprometendo obras estratégicas para a economia do Estado, como a Zona de Processamento de Exportação de Cáceres (250 km de Cuiabá).
Pelo menos de 30 empresas já manifestaram interesse em ter uma unidade na ZPE. A maioria dessas empresas estão ligadas ao setor de processamento de commodities do agro. A estimativa é que as negociações signifiquem mais de R$ 100 milhões em investimentos.
Já a entrega do complexo administrativo do local está em atraso há três meses, e ainda faltam 90% dos trabalhos para serem concluídos. A obra que tinha prazo de um ano, foram iniciadas em abril de 2017 e em abril de 2018 apenas 10% da construção estava pronto. Após recurso no Judiciário a Engeglobal – de propriedade de Robério Garcia, pai do deputado federal Fabio Garcia (DEM), ex-aliado do tucano – solicitou o contrato de R$ 16 milhões, ao ter perdido no processo de licitação, realizado em 2016.
O prefeito de Cáceres, Francis Maris (PSDB), disse que as obras de responsabilidade da empreiteira são fundamentais para que a ZPE saia do estágio inicial e conquiste outro patamar, que é a viabilização de investimentos por parte de indústrias interessadas em se instalar no município.
Por ora, os valores ainda não foram concretizados, já que o governador – em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, nessa quinta-feira (21) falou que irá rescindir com a Engeglobal. Substituindo-a por outra empresa que possa terminar a obra.
Francis disse que o rompimento deverá ser amigável, diferente do que aconteceu com as obras do aeroporto Marechal Rondon, cuja tempestividade da decisão foi motivada pelas negociações em torno da concessão do terminal aeroportuário de Várzea Grande.
Os contratos com a Engeglobal têm uma soma de mais de R$ 176 milhões no governo, desde obras da ZPE, aeroporto, Centros de Treinamento do Pari e da UFMT, mais a Avenida 8 de abril. Parte deste valor está parado há quatro anos, em razão da judicialização das obras da Copa de 2014, uma das razões elencadas pela empresa para justificar o pedido de recuperação judicial.
Taques antecipou ainda na última quarta (20), que analisa os demais contratos, que deverão ser rescindidos com a empresa. Já as obras da ZPE deverão passar por nova licitação, com data indefinida, e que deverá ser prejudicada pelo processo eleitoral deste ano.
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