Após décadas de espera, construção da ZPE de Cáceres entra na reta final

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Sonho antigo de desenvolvimento da região Oeste, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres está mais próxima de se tornar realidade. Atualmente, a parte administrativa está sendo concluída e o processo de alfandegamento já em andamento, com previsão para ser concluído ainda neste ano, segundo o diretor-técnico da ZPE, o engenheiro Adilson Reis.

Em entrevista ao Estadão Mato Grosso, Reis afirma que o cronograma tem sido cumprido normalmente. A previsão é que a estrutura administrativa seja concluída neste mês, dando início ao processo de licitação para o loteamento da ZPE. “Essa implantação do loteamento vai cumprir outro cronograma, em torno de um ano e meio para o loteamento industrial com toda infraestrutura”, afirma.

Outro ponto destacado pelo engenheiro é que toda a infraestrutura para garantir o fornecimento de energia elétrica na ZPE já foi concluída. Uma empresa de tecnologia também já foi contratada para fazer a implantação dos hardwares e softwares necessários para o funcionamento da parte administrativa do empreendimento.

“O que dá o sinal verde para as empresas é a conclusão do processo de alfandegamento. Simultaneamente, as empresas interessadas já podem começar a se movimentar, organizar os seus processos para empresas em ZPE. A infraestrutura de cada empresa é feita por elas mesmas, o que nós fazemos agora é preparar o loteamento industrial”, pontua.

Já a hidrovia do Rio Paraguai, essencial para o escoamento da produção das indústrias instaladas na ZPE, está passando por uma dragagem feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Paralelo a isso, está sendo realizada também a sinalização, para que a Marinha autorize a navegação. O Porto Fluvial de Cáceres também já está pronto para iniciar as operações.

Entretanto, já há uma demanda reprimida na região para o porto, o que torna necessário o funcionamento de outros dois portos na cidade. “Há uma demanda reprimida muito grande, já para o terminal que está aqui pronto para operar na área urbana de Cáceres. Agora, tem mais dois processos, um no Barranco Vermelho e outro numa localidade de Paratudal”. Os dois últimos portos já receberam licença prévia e aguardam a licença de instalação para que as obras sejam iniciadas.

Questionado sobre quando a ZPE e os portos devem iniciar as exportações, o diretor-técnico da ZPE explica que são coisas distintas. Ele afirma que para as empresas se instalarem no espaço de mais de 240 hectares, o processo de alfandegamento precisa estar completo. As empresas interessadas, entretanto, já podem começar a se articular.

Adilson Reis acrescenta também que a Administradora da Zona de Processamento de Exportação de Cáceres (Azpec S/A), em parceria com a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e uma consultoria, já possui um escritório na Casa da Indústria, Centro de Cáceres, onde já faz atendimento às empresas interessadas em se instalar na região.

Adilson afirma que integrantes das ZPEs do Ceará e de Parnaíba, no Piauí, estiveram no estado na última semana para trocar experiências e entender como vai funcionar a ZPE de Cáceres, já que possuem grandes diferenças, pois as duas são as únicas em funcionamento e estão próximas ao Oceano Atlântico. Enquanto isso, os produtos da ZPE de Mato Grosso devem ser transportados na hidrovia Paraguai/Paraná.

“O ideal é que tenhamos várias ZPEs funcionando no Brasil e cada uma tem uma especificidade própria, uma modelagem diferente, que é o nosso caso. Mato Grosso é campeão de produtividade em várias áreas e nós estamos aqui nos valendo disso. Estamos desenvolvendo esse planejamento para que tenhamos esses parceiros aqui, o agronegócio como um todo”, conclui.

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