Tempo de leitura: 3 minutos
Interessado em fazer parcerias com o Brasil nas áreas de óleo e gás, o Irã poderá oficializar o apoio para fornecimento de óleo à refinaria a ser construída no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) até o fim do mês. Essa é uma das pautas a serem tratadas com os iranianos no encontro a partir do dia 25 com representantes do governo e investidores da Qingdao Xinyutian Chemical, chinesa que deverá viabilizar o empreendimento no Estado.
De acordo com Antônio Balhmann, assessor especial para Assuntos Internacionais do Estado, o encontro é uma sequência da visita realizada pelo governador a representantes do País, no ano passado. “Vamos eu e o investidor chinês, que não tinha ido ainda, para consolidar o interesse da China no projeto. Vamos ter avanços nessa definição, mas ainda faltam alguns quilômetros a percorrer”, aponta. Ele viaja próximo dia 25.
A duração da agenda ainda não foi definida, mas, desta vez, além da presença de investidores chineses, o governo tem nas mãos também a assinatura de um memorando de entendimento com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) em que a instituição demonstra interesse em financiar a obra, orçada em cerca de US$ 7,5 bilhões. “Na visita, eles (iranianos) já demonstraram interesse em participar”, reforça o titular.
De acordo com o assessor especial, estão previstos 300 mil barris de petróleo por dia para a refinaria, o que vai requerer o fornecimento da matéria-prima por seis navios de 50 mil barris. Entre os possíveis parceiros para tratar dessa logística cogitados pelo governo, segundo Balhmann, está a National Iranian Oil Company (Nioc), tradicional fornecedor de óleo para refino para as empresas chinesas.
“O Irã já tem uma longa tradição de negócios de petróleo com a China, há uma relação de muita proximidade entre os dois países”, destaca Balhmann. Caso o encontro obtenha o êxito esperado e a estatal iraniana oficialize a intenção de fornecer o óleo de refino para o empreendimento no Ceará, mais um passo será dado para a concretização desse investimento para o Estado.
Além do fornecimento de óleo, o próximo passo é a apresentação do projeto técnico da planta de refino para os agentes financiadores, conforme Balhmann já havia informado ao Diário do Nordeste em dezembro passado. “Nós temos um cronograma que indica que até o fim do primeiro semestre de 2018, em junho, acontecerá essa apresentação para o banco chinês. O julgamento do projeto levaria em torno de seis meses”, explicou o assessor, à época.
A ideia de o Estado entrar com participação no empreendimento já está “consolidada”, segundo Balhmann. A fatia negociada para o Ceará seria entre 10% a 15%, mesma faixa de percentual prevista para os iranianos. O maior percentual (de 70% a 80%) seria dos chineses da Quingdao, uma das 18 empresas do grupo Guangdong Zhenrong Energy.
Como participação no empreendimento, o Estado deve entrar com investimentos relacionados a terreno e infraestrutura básica, entre outros. A ideia é, quando projeto estiver operando, vender as cotas de participação para ressarcir os cofres estaduais pelos investimentos iniciais. “E ele vai receber mais do que o valor que aqueles ativos tinham originalmente”, aponta.
Segundo Balhmann, durante a construção da refinaria, haverá geração de cerca de 10 mil empregos diretos, principalmente de mão de obra local. Durante a operação da unidade, é esperada a criação de 2,7 mil vagas.
Os comentários foram encerrados, mas trackbacks e pingbacks estão abertos.