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Na vanguarda da transição energética, com destaque para a geração de energia a partir do hidrogênio verde, o Ceará soma atualmente 40 memorandos assinados neste sentido. O potencial do estado, bem como a segurança jurídica para investidores foram apresentados pelo governador Elmano de Freitas, na manhã desta quarta-feira (23), ao conselho de administração da empresa francesa Voltalia, umas das principais produtoras mundiais de energia.
Entre os principais diferenciais do Ceará apresentados pelo governador, estão a proximidade com os principais mercados mundiais, com menor tempo de viagem para a Europa e Estados Unidos entre todos os portos do Brasil; o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), que com seus 10 berços de atracação consegue movimentar anualmente 28 milhões de toneladas dos mais variados produtos; a Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE), a primeira em funcionamento no Brasil; localização estratégica do Ceará combinada com grande potencial solar e eólico, com uma cadeia produtividade energia renovável bem desenvolvida, e a instalação da planta-piloto da primeira usina de hidrogênio verde em operação no Brasil.
“Os temas tratados aqui são os mais estratégicos para o desenvolvimento do estado. Digo com segurança que no Ceará, todas as nossas forças políticas disputam quem é mais comprometida com a transição energética e hidrogênio verde”, disse o governador, ao abrir a reunião.
Especialmente na área do hidrogênio verde, o governador Elmano de Freitas destacou a segurança jurídica como mais um grande incentivo para investidores que queira se instalar no Ceará. “Sabemos que são investimentos muito elevados e de longo prazo, que exigem segurança. Atuamos muito para que o Brasil pudesse ter a regulamentação do hidrogênio verde e felizmente aprovamos e o presidente Lula sancionou”, ressaltou.
“O Ceará tem o absoluto compromisso de buscar grandes investidores para parcerias importantes. Após a eleição do presidente Lula o Brasil tem tido crescimento econômico, mas o Estado do Ceará tem tido crescimento, em média, do dobro do país. E, com governança fiscal, devemos alcançar de outubro a novembro, o nível máximo de equilíbrio fiscal entre os entes federados do Brasil”, relatou. “Aqui temos produção significativa de energia renovável e o Ceará deixou de ser apenas consumidor de energia para ser um dos que escoam a produção para outras regiões do país”, concluiu Elmano de Freitas.
“Estou muito impressionada com tudo o que nos foi apresentado. Estamos de olho no Nordeste e no Ceará. O que o governador falou sobre o ambiente que está sendo criado, assim como a ZPE, os incentivos e novas regras, é fantástico”, assim definiu a presidente do Conselho da Voltalia, Laurence Mulliez. “Investir em estrutura pode levar 15 a 20 anos, então é importante que o estado democrático de direito seja respeitado e eu tenho certeza que será”.
Laurence Mulliez também falou sobre o impacto ambiental que a transição energética causará no Ceará, no Brasil e no mundo. “A missão da Voltalia é muito alinhada com o que ouvi aqui, que é reduzir a pegada de carbono, enquanto promovemos o desenvolvimento local. Então existe um grande alinhamento de valores e até culturalmente. Só precisávamos de maiores garantias do estado democrático de direito, mais por conta do investimento a longo prazo”, disse.
Presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, Hugo Figueiredo apresentou os potenciais do Porto do Pecém com a implantação do hub de hidrogênio verde. “Queremos externar nosso comprometimento total de avançar o projeto de hidrogênio verde no Ceará”, garantiu, lembrando que a lei do marco legal do hidrogênio verde, garantia jurídica necessária para a continuidade de investimentos na área, foi assinada pelo presidente Lula em cerimônia no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
O marco legal do hidrogênio verde dispõe sobre a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono; institui o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro); e cria o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC).
Head da Voltalia na América Latina e Norte da África, Robert Klein afirmou que a produção de hidrogênio verde em larga escala está no que chamou de “ambição” da empresa para até o ano de 20230. “Iniciamos o desenvolvimento para projeto de larga escala em vários países que consideramos ter valor agregado e competitividade como Egito, Marrocos e Brasil. Depois de estudo amplo, que levou um pouco de tempo para avaliar vários portos de vários estados, com suas vantagens e desvantagens, escolhemos o Pecém, para desenvolver o nosso primeiro projeto de hidrogênio verde de larga escala”, lembrou. “Nosso projeto tem duas fases. Uma para entrar em operação em 2029/2030 e a outra em 2032”, relatou. “Se fizermos bem o nosso dever de casa, vamos ter muito sucesso. A Voltalia terá muito sucesso, Pecém vai ter muito sucesso, e o povo cearense vai ter sucesso além do povo brasileiro”.
Avanço
No início deste mês, ao cumprir agenda em Brasília, o governador Elmano de Freitas assinou com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, Resolução que aprova a primeira fase do projeto industrial de produção de hidrogênio verde (H2V) da empresa australiana Fortescue, a ser instalada em uma área de 121 hectares, no Setor 2da ZPE Ceará. O projeto prevê investimento total de até US$ 5bilhões (cerca de R$ 20 bilhões).
Fonte/Foto: SEMACE
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